COM GESTÃO DEMOCRÁTICA, PARLAMENTO MATEENSE VALORIZA A
PARTICIPAÇÃO ATIVA DA SOCIEDADE EM DEFESA DE SEUS DIREITOS
São Mateus – A caixa de ressonância da sociedade mateense continua funcionando a todo o vapor! Na primeira sessão ordinária deste mês de abril, realizada no dia 5, a Câmara Municipal abriu espaços na pauta quatro vezes para ouvir e debater demandas manifestadas de viva voz por munícipes e suas representações. Sempre receptivo a essas manifestações populares na Tribuna Livre, o presidente Paulo Fundão, com apoio dos demais vereadores, destaca a importância de a sociedade se manifestar na defesa de seus direitos. “O Parlamento é a casa do povo”, frisa.
TRANSPORTE
PARA ESTUDANTES
Logo na abertura do Pequeno Expediente, o diretor-geral do Ifes Nova Venécia, Anderson Rozeno Bozzetti Batista, e o estudante Mateus Azevedo Bolsonello usaram a Tribuna Livre para pedir apoio para viabilizar, com urgência, transporte para os estudantes mateenses que frequentam cursos no município veneciano. Anderson salientou que São Mateus é o segundo município com mais alunos no Ifes Nova Venécia, frequentando cursos técnicos, de graduação e pós-graduação.
Também convidado da vereadora Preta do Nascimento, o estudante Mateus Azevedo Bolsonello reiterou o pedido, em nome de colegas que frequentam aulas na Faculdade Multivix Nova Venécia, no Ifes Nova Venécia e na Escola de Cursos Técnicos (ETEC), para a disponibilização de transporte, com contribuição integral ou parcial.
Nesta questão, em pronunciamento, as vereadoras Preta e Ciety Cerqueira e os vereadores Cristiano Balanga e Paulo Fundão foram solidários à demanda dos estudantes e comprometeram-se a levar a questão ao Executivo, em reunião, a fim de buscar uma solução.
SUZANO
Na mesma sessão, o professor Maurício de Jesus traçou um painel do déficit social deixado pela indústria Suzano no Município de São Mateus. Ele apresentou denúncias diversas e uma sentença, da Justiça Federal, proibindo que a indústria amplie o plantio de eucalipto em São Mateus e Conceição da Barra. Descendente de quilombolas, da Comunidade Espírito Santo, Maurício agradeceu a oportunidade de ser ouvido na Câmara Municipal e colocou-se disponível para trazer famílias de comunidades quilombolas para relatar situações registradas inclusive em boletins de ocorrência.
Maurício disse ainda que a indústria recolhe em Mucuri os impostos da produção de eucaliptos em São Mateus e que a empresa não toma iniciativa para mitigar impactos sociais que ainda provoca no Município, destinando investimentos apenas para Mucuri e Aracruz.
Os vereadores Adeci de Sena, Delermano Suim, Carlinho Simião, Ciety Cerqueira, Kacio Mendes e Preta do Nascimento manifestaram solidariedade aos relatos de Maurício de Jesus e às comunidades quilombolas. Eles recordaram o histórico da atual Suzano, que já foi chamada de Fibria e de Aracruz Celulose, principalmente como geradora de empregos. Contudo lamentaram a “herança ruim” deixada ao povo mateense sem compensação à altura.
Autor do convite a Maurício, o vereador Cristiano Balanga questionou qual projeto social a indústria Suzano desenvolve em São Mateus. Ele lembrou que há demandas de várias comunidades ainda sem resposta da Suzano, citando Espírito Santo e Litorâneo.
O presidente da Câmara, Paulo Fundão, reforçou que o déficit social deixado pela Suzano tem um alto preço para a sociedade mateense. Ele teceu fartos elogios à “lapidar e erudita sentença” do magistrado federal Nivaldo Luiz Dias, mostrando que a empresa não tem direitos sobre terras devolutas, que teriam sido adquiridas com uso de documentos fraudulentos. “Eles têm que ressarcir a sociedade mateense por tudo que deixaram de ruim em São Mateus”, frisou o presidente.
Paulo Fundão inclusive defende a desapropriação da área do complexo da Suzano no Bairro Santo Antônio para a construção do centro administrativo da Prefeitura e para a transformação das ruínas do antigo Greca num amplo complexo educacional e esportivo para a população da densamente povoada, e carente, zona oeste da Cidade.
JARDIM BOTÂNICO
Terceiro a usar a Tribuna Popular na sessão de terça-feira, o professor Luís Fernando Tavares de Menezes apresentou dados do Jardim Botânico Palmarum, localizado no Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes/Ufes). Ele salientou que São Mateus tem a exclusividade de possuir o único jardim botânico no Estado.
Sobre outras demandas ambientais, o pesquisador disse que a Ufes está disponível para mapeamento das áreas de cobertura vegetal e de expansão urbana em São Mateus. Ele teceu esclarecimentos sobre a demanda de criação de uma área de proteção ambiental na restinga do Bairro Liberdade, considerada única em espécies vegetais e animais, além de área arqueológica, e de outra na Região dos Quilômetros, com proteção de recursos hídricos.
Luís Fernando citou parcerias em andamento com a Prefeitura, que resultam em ações ambientais em diferentes pontos do Município, incluindo intervenções em Guriri e produção de mudas. Elencou problemas ambientais ainda sem solução, mas com possibilidade de novas parcerias para solucioná-los.
O pesquisador da Ufes ressaltou ainda a importância do protagonismo da Câmara Municipal nas questões ambientais. “Que esta Casa seja uma promotora de uma grande conversa, com a Prefeitura, o Ministério Público, a Universidade e as ONGs”, indicou.
AUTISMO
Já no grande expediente, Fábio do Nascimento aproveitou para reforçar o pedido de instalação em São Mateus de um Centro de Especialidades em Reabilitação (CER) para pessoas com deficiência. A proposta, contemplada na Indicação 217/2022, de autoria da vereadora Ciety Cerqueira, foi aprovada por unanimidade.
O vereador Kacio Mendes salientou que já há também uma demanda de educadores para auxílio a mais de 200 alunos autistas. Com uma sobrinha autista, de 24 anos, a vereadora Preta do Nascimento completou que a mãe é quem se entrega mais nos cuidados dos filhos autistas.
O presidente Paulo Fundão adiantou o desejo de participar do próximo encontro realizado pelo Grupo Mateense Autista. Ele colocou a Câmara à disposição da causa. “Com amor a gente consegue superar todas as dificuldades”, enfatizou.